Para ouvir: Johnny Hooker
Depois, Johnny começou a centrar sua carreira artística para a atuação, participando do filme Tatuagem, de Hilton Lacerda, em 2013 e da novela Geração Brasil em 2014. Não parando por aí, a canção Alma Sebosa se integrou na trilha sonora de Geração Brasil, Volta foi trilha sonora de Tatuagem e, recentemente, Amor Marginal tocou na novela Babilônia. Isso tudo só serviu de promoção para seu álbum Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, Maldito!, lançado em 2015, cuja turnê estreou no nordeste brasileiro e agora caminha pelo sudeste.
O cantor está em ascensão com seu novo material musical e está chamando muito a atenção das pessoas, seja por suas canções de letras exageradas (que falam de sexo, vingança, amor e ódio) seja pelo seu estilo visual andrógeno e ousado. Em uma apresentação no programa Altas Horas, Johnny explica a origem de seu nome artístico. O artista diz que ele era apaixonado por uma garota que era rotulada de prostituta, então assumiu o “Hooker” em seu nome em defesa à garota, declarando que caso chamassem ela de prostituta, teriam que chamar ele também.
Johnny encarna no palco e em seus clipes uma verdadeira peça de teatro, trabalhando na produção e na direção da parte visual. Com influências de David Bowie, Madonna, Caetano Velozo, Cazuza e Amy Winehouse, ele tenta reencarnar o axé e o frevo característicos da música brasileira.
“Axé, brega, frevo, isso é o nosso pop. Não tem mais como o mainstream segurar isso de ‘a gente só pode dar espaço aos artistas que tocam na rádio’. O que toca na rádio é uma merda!”, diz Johnny Hooker à revista Rolling Stone. “Tem faixas do meu disco que eu me refiro a mim mesmo no feminino. A música é muito machista, mas pra mim não existe outra maneira de agir, de me comportar. Música é resistência, a imagem é resistência, a linguagem é resistência”.
Johnny ganhou a estatueta de Melhor Cantor de Canção Popular no Prêmio da Música Brasileira pelo álbum Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, Maldito! e foi elogiado por Maria Bethânia, Caetano Veloso e Alcione. Isso o ajudou a crescer como artista e ter sua arte mais respeitada.
“Foi o que faltava para as pessoas me respeitarem. A música é muito machista e controlada pelo produto, por coisas que dão dinheiro. As pessoas que chegam com apresentação forte, maquiagem, brincadeira com gênero, com personagens, às vezes são recebidas com muita falta de respeito. O mundo está mudando e sempre vai ter essa primeira reação de quem quer empurrar a roda da história para trás. Mas a roda vem com tudo e eu venho com ela”.
Na premiação, o cantor apresentou a canção Lama, de Maria Bethânia, acompanhado Alcione e Letícia Sabatella. Trajando suas vestimentas de costume (camisa preta semitransparente com penas nos braços, calça legging colada, botas e colar brilhante), a performance dele não chamou atenção apenas para seu estilo ou seus olhos marcados de delineador, mas para sua voz e seu incrível talento, onde conseguiu mais respeito e visibilidade em sua carreira.
Vale a pena conhecer um pouco mais do trabalho desse incrível artista brasileiro! Ele volta a São Paulo em 2016, ainda com sua turnê Macumba, no dia 29 de janeiro.
"Não tire mágoa de mim
Meu amor, não me invadas com o teu olhar
Não me deixes aqui a gritar
No meio do caminho... Sozinho" - Amor Marginal
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