Resenha: Coisas Não Ditas
“Eu não sei o que ela tem que me deixa
maluco (...) Talvez eu esteja viciado na Lucie. Se estiver, não quero ir pra
reabilitação nunca!”
Coisas
Não Ditas é o segundo romance da autora carioca Lívia Brazil. Publicado, pela
Editora Benvirá, um selo da Editora Saraiva.
O
livro se inicia com lista de reprodução – incrível – que conta com as músicas
que Lívia se inspirou para escrever cada capítulo, de bandas como Green Day,
Blink 182 e Paramore. Achei bem interessante a experiência de ler e ouvir as músicas
tentando traçar um paralelo entre ambos.
Lívia
nos apresenta Lucie Rock, personagem principal e narradora – na maior parte do
tempo -, uma jovem atriz, que prestes a estrear em sua peça dos sonhos vê sua
vida ser virada de cabeça pra baixo por Rafael Lima, melhor amigo de seu irmão
mais novo, Noah.
“Rafa e
eu nos entendíamos bem por causa disso, não estávamos procurando nada sério, só
queríamos uma diversão no meio da tarde tediosa. Ou da noite, ou da manhã...”
Se
já não bastasse toda a ansiedade da peça, e todos os problemas com Rafa, Lucie
tem lidar com algo que por muito tempo foi seu segredo, e que agora ameaça vir à
tona e estragar tudo o que ela havia conquistado.
Lívia
Brazil escreve uma história em primeira pessoa bem leve e engraçada, nos
permitindo conhecer bem a visão de quem a narra. Diversas vezes me deparei com
a sensação de estar conversando com a própria Lucie.
Posso
dizer que o que mais amei nesse livro foram suas personagens, acho que desde o
começo soube que amaria os caras da banda, já que logo no começo Lívia agradece
a banda Mcfly por ter sido sua inspiração pra banda do livro, mas também não
pensei que os amaria tanto.
As
personagens criadas por Lívia são, acima de tudo, reais. Não são como naqueles
livros com personagens inatingíveis e que beiram a perfeição, pelo contrário,
parecem pessoas comuns, com problemas comuns, qualidades e defeitos.
Lucie possui opinião forte sobre o que quer e
acredita, e logo no início dá para ver que ela tem medo de se comprometer, de
se entregar e de deixar que enxerguem sua fragilidade. Apesar de em diversas
partes ela ter me irritado demais, gostei muito dela. Ela possui neuras e
paranoias como qualquer outra pessoa, o que leva quem lê a de certa forma
compreende-la.
“Ah, e vocês falaram do meu irmão, né –
apontei pra Noah – Baseado nos gritos da namorada dele, que eu ouço de
madrugada, ele não é nem um pouco gay.”
Noah
é um irmão maravilhoso, mesmo sendo ciumento e super protetor, a relação dele
e Lucie é incrível, eles são muito próximos – até passam todos os domingos
juntos - e se amam demais. Sempre se importam um com o outro e mesmo que
briguem, nunca passam tempo demais com raiva um do outro.
Rafa,
bom, Rafa é apaixonante. Ele se preocupa com Lucie de uma maneira bonita e
singela. Ele fofo, engraçado – vocalista de uma banda – sim, tudo conspirou
para que eu o amasse perdidamente. Ao longo do livro conseguimos perceber que
ele é um cara profundo e amoroso, que faria qualquer garota se apaixonar por
ele.
O
final, apesar de não necessitar de uma continuação, deixa aquele gostinho de
quero mais, deixa aquela vontade de ter mais das personagens que te cativaram
tanto durante a leitura.
Por
ter amado o livro creio que minha capacidade de julgamento pode ter sido
ligeiramente comprometida, então não darei as 5 estrelas, que é a nossa nota
máxima aqui no blog. Darei 4,7.
Twix.
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