Para ouvir: Halsey - Uma viagem a Badlands
Halsey é o nome artístico de Ashley Nicolette Frangipane. A cantora e compositora nasceu em 29 de setembro de 1994, nos Estados Unidos. O signo dela é Libra.
Ela faz seu primeiro show no Brasil no festival Lollapalooza 2016, no sábado - dia 12 de março. Recebemos um convidado super especial para falar sobre a cantora aqui no blog. Se você não conhece, vem conhecer!
Uma viagem a Badlands
A cantora
novaiorquina Halsey, de 21 anos, já foi considerada por muitas publicações
estrangeiras como uma das principais promessas da música pop, além de ter feito
a mídia dar atenção a seu ativismo em diversas questões.
Room 93, o primeiro EP da cantora, foi lançado no ano de 2014, contendo seu primeiro single, Ghost, que trouxe grande atenção a ela, juntamente à oportunidade de um contrato com a Astralwerk Records.
Em agosto deste ano, já com centenas de milhares de seguidores no Twitter e alguma notoriedade na mídia, Halsey lançou seu primeiro álbum, com o nome de Badlands, que é baseado num conceito: uma distopia num futuro próximo, que acontece em meio a todos os medos e pensamentos confusos da cabeça da cantora. Assim, todas as músicas contam a história do mundo de Badlands.
Todas as canções têm uma sonoridade que transita entre o synthpop, trap music e indie pop, mas de uma forma que soa incrivelmente comercial. Em recente entrevista, a cantora afirmou que seu instrumento preferido é o violão, mas que foi deixado de fora das produções deste disco para manter uma estética futurista no som. Suas letras têm um apelo jovem, de fácil identificação, abordando medos e paixões.
Seu maior hit, New Americana, é uma sátira a algumas características da Geração Y,
e acabou se tornando uma espécie de hino para alguns, pela representatividade nas
letras. Halsey, que frequentemente demonstra atividade política (por exemplo,
apoiando um dos candidatos democratas à Presidência dos EUA, Bernie Sanders),
fala na letra dessa canção sobre ter pais jovens e ser multirracial.
No
refrão de New Americana, há
referência a Biggie e Nirvana que foram notórios nas cenas hip-hop e grunge,
respectivamente, no início da década de 90, fazendo alusão à música que seus
pais ouviam – e a cultura étnica de cada um, já que o pai dela é negro e sua mãe, branca. Halsey diz que essa
mistura de culturas e sua multietnia foram grandes influência em sua
identidade, inclusive artística.
Além disso, nessa mesma canção, a
cantora fala brevemente sobre dois outros tópicos recorrentes: legalização da
maconha e casamento homoafetivo. É interessante lembrar que Halsey é bissexual,
e frequentemente expressa seu ativismo – não só em suas letras, como também nas
redes sociais. Esses fatores fazem com que New
Americana seja a letra mais interessante do álbum.
Falando sobre
produção, a faixa que chama mais atenção é Drive.
Contando com inserções de sons cotidianos (como o barulho de chaves, carro
ligando e conversas) e com violões – raros no álbum –, a canção é uma das mais
imersivas do disco. É interessante ressaltar que a música contém vocais do
atual namorado de Halsey, o norueguês Lido, também responsável pela produção.
Halsey certamente está no caminho certo, nos possibilitando uma imersão
no mundo de Badlands. As músicas têm
espaço e uma atmosfera condizente, onde a cantora pode demonstrar sua técnica
vocal – que ainda tem muito a ser explorada, aparentemente. Suas letras têm um forte
poder de conexão, e expressam sentimentos comuns mas instabilizantes, como a
força que o passado tem de nos assustar e nossos medos.
Aliás, um medo que Halsey não precisa ter é do fracasso. Badlands já vendeu um milhão de cópias
mundialmente, e estreou na lista dos álbuns mais vendidos nos EUA, a Billboard
Hot 200. Como se isso não bastasse, o show no famoso Madison Square Garden,
marcado para agosto, já está esgotado. Esperamos ansiosamente pelos próximos
passos da cantora, nessa viagem a Badlands.
Autor: Allan Tolentino
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