Crítica: Mogli - O Menino Lobo (2016)
Mogli: O Menino Lobo é o mais recente filme da Walt Disney Pictures, dirigido por
Jon Favreau e lançado em 14 de abril de 2016. O filme é o segundo live action
da produtora baseado no livro O Livro da Selva do poeta britânico Rudyard
Kipling. A Disney já fez uma animação baseada na mesma história em 1967 e um
live action em 1994. Esta nova versão é uma adaptação apenas do primeiro livro,
enquanto a de 1994 incluía o segundo livro, que conta com um romance, novas
aventuras e outros adversários.
No tempo da
pré-história, Mogli é um menino que vive na selva e foi criado por lobos. Em
um período de seca, os animais abandonam sua rivalidade e se unem para a
sobrevivência. No entanto, o temido e agressivo tigre Shere Kan busca o poder e
domínio dos outros animais. Ele em
cicatrizes causadas por um humano e diz que Mogli é uma ameaça, com o discurso
de que quando crescer ele se tornará malvado e nocivo para os animais assim como todos os
humanos. Os pais adotivos de Mogli o tratam como parte da família, e mesmo
possuindo os hábitos dos lobos e convivendo com eles desde que se lembra, o
jovem garoto não consegue fugir de sua essência humana e acaba se destacando
entre os outros animais pela sua forma de fazer as coisas.
Ele é forçado a deixar seu único lar e procurar seus semelhantes com a ajuda da pantera Bagheera (que o protege durante toda sua jornada), se deparando com diversas criaturas no
caminho enquanto é perseguido pelo rancoroso tigre. Mogli conhece o preguiçoso urso
Baloo que o incentiva a desenvolver suas habilidades e eles logo viram amigos. Enquanto o garoto se esforçava para agir exatamente como um lobo, Baloo o ensina a ser ele
mesmo, mostrando que não havia nenhum problema em ser um humano e praticar
coisas naturais de sua espécie (como produzir engenhocas para solucionar
problemas). A todo o momento o filme se refere a poderosa flor vermelha, que é
como os animais chamam o fogo. A flor tem a possibilidade de destruir tudo e
quem a domina é o mais poderoso.
O filme
conta com diversas aventuras, momentos de suspense e brigas. A história é
construída de uma forma harmoniosa e com bastante movimento, o que prende o
telespectador que sempre anseia descobrir o que acontece depois; principalmente
quando descobrimos que alguns animais acham que o menino lobo domina a flor vermelha
apenas por ser um “filhote de homem” (como é chamado na trama) e tentam tirar
proveito disso.
Mogli é uma
história muito famosa na cultura inglesa e seu personagem foi ganhando mais
popularidade ao redor do mundo quando foi inserido no mercado na forma de
animação. Mesmo sendo um clássico da Disney, essa não é uma história tão famosa
aqui no Brasil quanto Pinóquio, Branca de Neve entre outros. Assim como eu, muitas
pessoas (principalmente as crianças de hoje em dia) desconheciam a trama antes de assistir esse remake, o que nos chama atenção para os termos técnicos.
Mogli: O Menino Lobo é um filme muito divertido que superou
as expectativas de muitos. Seu orçamento foi de 175 milhões de dólares e atingiu
uma receita de mais de 530 milhões em apenas dez dias de lançamento, um sucesso
de bilheteria. O visual do filme é praticamente
montado apenas em computação gráfica e impressiona qualquer um apenas com seus
efeitos especiais: a qualidade das imagens da floresta, dos pelos e das
expressões dos animais é tão absurda que podemos facilmente nos confundir com a
realidade. Diferentemente da animação, o filme não é tão colorido e bobinho,
pelo contrário: a linguagem usada é bem mais madura e muitas vezes nos
deparamos com um ambiente de luzes sombrias e escuras, sempre se esforçando para
parecer o mais real possível.
Outra
diferença é que o filme não é tão humorado e é muito menos musical, são
inseridas apenas duas canções de uma forma muito sutil e as poucas piadas não
chamam muita atenção. Uma dessas canções aparece num momento inoportuno, de
bastante expectativa, nos lembrando da característica da Disney de deixar suas produções
mais musicais a fim de entreter seu público alvo infantil. No entanto, isso não
distorceu o movimento da cena e deu até mais naturalidade, como se estivesse nos
induzindo para o que ia acontecer depois.
O movimento
de câmera que o filme atende muito
bem ao cinema moderno e hollywoodiano (que tem sede por cenas de ação, rápidas e movimentadas,
de diversos ângulos), o que também contrasta com a animação, que
parece que foi feita num plano bidimensional e não trabalha o movimento ou a
profundidade muito bem (sem desmerecer a animação, claro, afinal os recursos da
época não permitiam ir muito além disso). Já a sonoplastia, atende e trabalha muito bem com movimento que o filme possui, formando uma composição sem falhas. A qualidade visual super realista das cenas pode até tornar o filme
assustador em seus momentos de mais suspense (como aqueles que Mogli interage diretamente
com seus adversários), mas nada que não seja adequado para uma criança (afinal cenas
agressivas e violentas sempre estiveram presentes em filmes e animações
infantis).
O roteiro
deixa um pouco a desejar, sendo bastante simples e algumas vezes previsível e clichê (seguindo um formato de dificuldades sucessivas), porém de forma alguma isso deixa
o filme cansativo ou algo do tipo. Quem não conhece a história pode se lembrar um pouco de Tarzan,
pois temos semelhanças como o fato dele também ter sido criado por animais, mas
também encontramos diferenças gritantes como o fato do garoto ser
inseguro e ingênuo desde o início do filme; garantindo sua confiança com o decorrer
do tempo e sem o objetivo de ser o rei da selva. Mogli: O Menino Lobo tem uma
mensagem moral muito intensa por trás, mostrando a importância da união,
família, carinho, solidariedade, e focando também na autoaceitação; o que torna
os 106 minutos desse filme de aventura muito além do que apenas divertidos, mas
também produz uma bagagem no telespectador fora das salas de cinema, onde podemos refletir o impacto que o filme tem e a forma com que ele se relaciona com
nossas vidas.
Nota: ★★★★
Publicado por: Luccas Emanuel
Publicado por: Luccas Emanuel
É uma boa opção para uma tarde de filmes. Anteriormente não gostava de filmes infantis, mas desde que deu uma oportunidade à Mogli o menino lobo, realmente fiquei surpreendido pelas maravilhosas mensagens que têm este tipo de filmes. O que mais me surpreendeu foi a dublagem de Idris Elba como shere Khan por que é um bom ator, de todas as suas filmografias essa é a que eu mais gostei, acho que deve ser a grande variedade de talentos. Seguramente o êxito de Idris Elba filmes e programas de tv, deve-se a auas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. No resultado uma surpresa ao ver que o filme funcionou de forma maravilhosa. É uma produção espetacular, desfrutei muito.
ResponderExcluirmuito legal
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