Resenha: Mosquitolândia
Mary Isis Malone - ou somente Mim Malone não é uma garota comum. Como ela mesmo diz é "uma coleção de esquisitices". Rebelde, hiperativa, com um gosto musical diferente dos demais.
"Em resumo sou cento e dez por cento anomalida mais uns trinta e três por cento espírito independente e sete por cento gênio do pensamento livre. Minha soma total é cento e cinquenta por cento, mas isso já era de esperar, sendo eu uma anomalia viva e pensante."
Após o término do casamento de seus pais ela é arrastada de sua e casa para viver no Mississipi com o pai e a madrasta, e ser medicada contra a própria vontade. Quando descobre que a mãe está doente decide fugir e ir à seu encontro. Durante sua viagem de reencontro, encontros, descobertas e autoconhecimento, Mim encontra companheiros inesperados, e é obrigada a confrontar a si mesma, a perceber coisas que até então nunca notara e redefinir algumas coisas que já sabia.
Faz um tempo já que acabei esse livro e que queria escrever sobre, mas não sabia nem por onde começar. Meu encontro com Mim nessa história foi forte e intenso. De certa maneira é simples se identificar com os conflitos da garota, mesmo sem nunca ter passado por nada disso. Mas também é fácil se identificar com ela, e com seus sentimentos em relação ao mundo que a cerca.
"No entanto, se for como eu, se tiver sido amaldiçoada com um amor pela narrativa, pelas aventuras em galáxias muito, muito distantes, por criaturas míticas de terras imaginárias que são mais reais para você do que para as pessoas de carne e osso -ou seja, as pessoas de verdade -, bom, quero ser a primeira a dar os pêsames. Porque a vida raramente é como você imagina."
Embarcar na jornada de Mim é delicioso. sentir que estava acompanhando cada quilometro que ela percorreu, pensando cada pensamento dela e escrevendo cada carta com ela foi uma experiencia que há tempos não experimentava.
É o livro de estreia de David Arnold, e eu provavelmente lerei suas próximas publicações. Me agradou muito a maneira como ele abordou diversos temas pesados. A maneira como as dúvidas e confusões de Mim se apresentam são verossímeis e tocam a gente, ora de maneira leve com um xale macio e hora com uma bola de destruição (meio wrecking ball).
"Quando nasceu, você chorou enquanto o mundo se deleitava. Viva a vida de modo que, quando morrer, o mundo chore enquanto você se deleita."
Ao final existe aquele mix de sensações, você quer ler de novo, que abraçar o livro, quer chorar porque aquella experiência foi intensa, quer saber o que aconteceu depois, quer e não quer uma continuação.
Mosquitolândia é um livro que vale muito a pena ser lido.
Nota: 5 estrelas de 5.
Twix.
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